Os currais do PT e a ruína da família brasileira

Postado em 10-07-2014

Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa

Uma informação valiosa foi divulgada há poucos dias: o programa da Caixa Econômica Federal “Minha Casa Melhor” foi um fiasco. Só nos primeiros meses do ano passado despertou interesse. A enorme linha de crédito ficou praticamente inutilizada. E agora nos dias que precederam a Copa Mundial verificou-se uma procura apenas para aquisição dos modelos mais modernos de televisão.

Há algumas observações a fazer a respeito. E algumas lições a tirar da referida notícia.

A primeira observação, que está à flor da terra, é que a família brasileira está endividada, está com a corda no pescoço, com seu orçamento estourando. A segunda, que é mais dolorosa, mais sombria, é que, infelizmente, o povo brasileiro, arrastado pela mentalidade consumista, não tem educação, não tem critério, para administrar os seus recursos. E isso é um péssimo sinal, porquanto indica que as famílias brasileiras estão completamente desmanteladas, literalmente destroçadas, com seus fundamentos solapados. Quando os pais não sabem garantir a seus filhos, ainda que dentro de um orçamento apertado, um mínimo de estabilidade, tranquilidade tanto do ponto de vista espiritual quanto do ponto de vista material, a família   deteriora-se até o fim. Em casa onde falta pão todos brigam e ninguém tem razão.

Se as famílias beneficiárias do programa “Minha Casa, Minha Vida” não se interessaram tanto pelo programa “Minha Casa Melhor” e só lançaram mão dele para adquirir televisões de última geração, não é porque  já possuíam os  aparelhos eletrodomésticos e  outros apetrechos necessários para a vida doméstica, é porque, apesar do endividamento, não tiveram a virtude da prudência no cálculo dos seus recursos financeiros e, dominadas pela intemperança reinante na sociedade moderna,  foram comprometer ainda mais o orçamento doméstico com o supérfluo.

As “casinhas” oferecidas pelo governo federal, como se sabe, são latas de sardinha que mal comportam uma família nuclear; nelas não há espaço adequado para uma televisão plasma. Precisam ser ampliadas para que uma família possa viver conforme os padrões da decência e do pudor nas convenientes separações entre pais e filhos, irmãos e irmãs. De modo que o governo deveria pensar em incentivar as famílias a pensar antes nisso que em comprar bugigangas para a farra da Copa Mundial. É necessário orientar essas famílias para poupar suas economias, a fim de comprar cimento, tijolos etc em vista da melhoria da sua vivenda.

É absolutamente necessário que nossos governantes se preocupem em ensinar nas escolas educação financeira, a fim de que os nossos jovens, desde cedo, saibam encarar a vida com seriedade, aprendam a viver dentro do orçamento pessoal ou doméstico, a honrar seus compromissos, a ter consciência de uma ordem de prioridades na vida.

Mas infelizmente nossos governantes e parlamentares estão preocupados a ensinar às crianças e aos jovens “educação sexual”, a excitar-lhes a intemperança, que justamente contradiz a virtude da economia. Outra coisa que cumpre rever é a política de proliferação de restaurantes populares em todos os cantos das cidades do país. O correto é fomentar o costume de que as mulheres fiquem em casa cuidando dos seus deveres de mães e esposas, fazendo a comida em casa, instruindo as meninas na arte culinária e em outros afazeres domésticos. Que o governo ajude as famílias a ter vida em família, incentive as mulheres a cozinhar para suas próprias famílias, a  limpar suas casas e não a trabalhar nesses currais do socialismo anticristão. Que as ampare no cumprimento desse dever sagrado. Foi deprimente ver nestes dias da Copa um bando de mulheres de meia idade portando shorts ou bermuda e camiseta da CBF dirigindo-se com gargalhadas aos ditos restaurantes. É uma desordem por toda parte da sociedade.

Tamanha desordem nas famílias brasileiras é apenas um reflexo de um governo irresponsável, sem metas realistas, sem uma visão do bem comum e dos verdadeiros valores políticos. É reflexo de um governo que só cuida de si mesmo, de sua perpetuação no poder. Se a Rousseff for reeleita e não tivermos lideranças à altura da gravidade do momento, estaremos liquidados dentro de poucos anos.

Rogo a Deus a graça de que quando Francisco I morrer ou abdicar, seu sucessor, quando se apresentar no balcão da Basílica de São Pedro, trajando todos os paramentos litúrgicos próprios da solenidade da ocasião, diga, antes da bênção Urbi et Orbi: Ordeno a todos bispos e professores dos seminários e universidades católicas sigam São Tomás em seus estudos filosóficos e teológicos; ordeno a todas a mulheres católicas, salvo motivos justos e compromissos inadiáveis, voltem para suas casas a cuidar de seus maridos e filhos.

O papa que tiver a coragem de fazer isso, fará a Contra-Revolução, esmagará todos os inimigos de Deus, da Religião e da Família. Será o triunfo do Imaculado Coração de Maria. Mas, desgraçadamente, parece que os papas modernos não estão muito convencidos do alcance da autoridade divina de que estão revestidos.

Anápolis, 10 de julho de 2014

Memória de Santa Felicidade mártir e seus sete filhos mártires, Santa Rufina e Santa Secunda, virgens e mártires.