Questão 123: Da coragem.

Depois de termos tratado da justiça devemos tratar da coragem. E, primeiro, da virtude mesma da coragem. Segundo, das suas partes. Terceiro, do dom que lhe corresponde. Quarto, dos preceitos que lhe concernem.

Porém, sobre a coragem, em si mesma, três questões devemos tratar. Primeira, da coragem em si mesma. Segunda, do seu ato principal – o martírio. Terceira, dos vícios opostos.

Na primeira questão discutem–se doze artigos:

Art. 1. – Se a coragem é uma virtude.
Art. 2 – Se a coragem é uma virtude especial.
Art. 3 – Se a coragem tem por objeto o temor e a audácia.
Art. 4 – Se a coragem deve arrostar só o perigo da morte.
Art. 5 – Se a coragem consiste propriamente em arrostar o perigo de morte, na guerra.
Art. 6 – Se suportar o mal é o ato principal da coragem.
Art. 7 – Se o corajoso age em vista do bem do seu próprio hábito.
Art. 8 – Se o corajoso se compraz no seu ato.
Art. 9 – Se a coragem consiste, sobretudo em vencer os obstáculos repentinos.
Art. 10 – Se o corajoso recorre à ira nos seus atos.
Art. 11 – Se a coragem é uma virtude cardeal.
Art. 12 – Se a coragem é a mais excelente de todas as virtudes.