Art. 3 ─ Se fora do caso de necessidade pode um não sacerdote ouvir confissão de pecados veniais.

O terceiro discute-se assim. ─ Parece que, fora do caso de necessidade, ninguém, a não ser o sacerdote, pode ouvir confissão de pecados veniais.

1. ─ Pois, um sacramento pode ser dispensado por um leigo, em razão da necessidade. Ora, a confissão dos pecados veniais não é necessária. Logo, não pode ser cometida a um leigo.

2. Demais. ─ Contra os pecados veniais se ordena a extrema unção, como a penitência. Ora, aquela não pode ser ministrada por um leigo, conforme o diz a Escritura. Logo, nem o pode ser a confissão dos pecados veniais.

Mas, em contrário, Beda, conforme a letra do Mestre das Sentenças.

SOLUÇÃO. ─ Pelo pecado venial não ficamos separados nem dos sacramentos da Igreja nem de Deus. Por isso não precisamos da colação de nova graça nem de nos reconciliarmos com a Igreja. Por onde, não é necessário confessemos o pecado venial ao sacerdote. E como a confissão feita mesmo a um leigo é um sacramental, embora não sacramento perfeito, e procede da caridade, por isso pode o leigo perdoar o pecado venial, como somos deste perdoados batendo no peito e tomando água benta.

Donde se deduz a resposta à primeira objeção. ─ Pois, para sermos perdoados dos pecados veniais, não precisamos receber o sacramento, bastando receber um sacramental, como a água benta ou outro semelhante.

RESPOSTA À SEGUNDA. ─ A extrema unção não é dada diretamente contra os pecados veniais: nem nenhum outro sacramento o é.