Arquivo de novembro de 2010

A pastoral da camisinha

Postado por Admin.Capela em 22/nov/2010 - Sem Comentários

Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa

Infelizmente não ficará sem amargas conseqüências a temerária opinião expressa pelo Santo Padre sobre a licitude em caráter excepcional do uso do preservativo pelos prostitutos, ou, para ser politicamente correto, pelos profissionais do sexo.

É verdade que as palavras do papa foram retiradas pela midia do contexto de uma longa reflexão filosófica sobre a banalização da sexualidade humana com o propósito de promover o sensacionalismo, a confusão e o escândalo.

Há várias coisas a considerar a respeito. Limito-me a algumas.

Para a tranqüilidade dos católicos, cumpre ressaltar em primeiro lugar que se trata de uma opinião do papa, emitida durante uma entrevista. Não se trata de um documento do magistério. Portanto, não se atribua tanta importância ao que não a merece. Surgiu a moda de os papas serem escritores, poderem manifestar com mais liberdade suas idéias, seu talento literário, sem ficarem adstritos às obrigações da cátedra. Escrever um livro, ainda mais em forma de entrevista, é bem mais ameno que escrever uma encíclica dogmática.

Mas na prática é preciso reconhecer que os resultados da declaração do papa serão os piores. Como se sabe, a pressão dos progressistas que reivindicam há anos uma mudança da moral católica é enorme. Querem reformular a doutrina constante da Igreja contida na encíclica Humanae Vitae de 1968.

Querem ainda reforçar e estreitar  a colaboração da Igreja com as diversas ONGS e organismos filantrópicos internacionais que atuam justamente no combate à epidemia da AIDS e no falso direito da mulher a decidir-se pelo aborto.

Além dos progressistas há as forças seculares francamente anticristãs que querem a destruição completa da Igreja. Ora, essas forças já conseguiram uma grande vitória por ocasião do Vaticano II com a liberdade religiosa, o ecumenismo e o diálogo inter-religioso. Pois tudo isto vem na direção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que condena qualquer discriminação por motivos religiosos. Quer dizer, não pode mais haver estado confessional católico. E hoje já se fala abertamente contra a discriminação dos homossexuais. Tudo isso é uma bola de neve que vai parar num precipício da perdição geral. Só não vê quem não quer.

Pois bem, essas forças seculares, de matriz maçônica, sentem-se incomodadas com a moral católica. Querem uma moral em harmonia com a nova religião ecumênica. Uma moral que liberte o homem dos tabus e preconceitos, como dizem os mundanos.

Está claro que a pressão sobre o papa para ceder na área da ética sexual deve ser fortíssima. Suas declarações por ocasião de sua viagem à África provocaram a ira da ONU e da União Européia.

Creio que seu livro em forma de entrevista com a sua opinião temerária sobre o uso extraordinário do preservativo tenha sido uma espécie de expediente para abrandar a ira dos tais organismos internacionais da saúde e do combate à pandemia da AIDS. E a impressão que se tem é de que o Vaticano se sente acuado pela política internacional de lideres mundiais anticristãos.

Mas o fato é que os progressistas debochados vão sentir-se autorizados a promover a pastoral da camisinha benta. Não há exagero nenhum no que digo.

Em Londres existe uma missa dos gays em paróquia católica. Nos EUA, até há pouco tempo ( não sei se continua havendo) havia um coral gay em missa dominical paroquial, não obstante os clamorosos protestos dos católicos. Por ocasião do jubileu do ano 2000, quando João Paulo II teve a infeliz idéia de pedir perdão por supostos erros cometidos pela Igreja no passado, houve um cardeal (não me lembro se de Los Angeles ou Las Vegas) que declarou que a Igreja no futuro pediria perdão aos gays por tanta intolerância (cf.  revista 30 Dias daquela época). No Brasil já houve prelado defendendo casamento civil gay, etc.

Se levarmos em consideração todos esses fatos, veremos com mais acuidade o contexto geral em que ocorre a declaração do papa em sua entrevista. Um contexto de decadência moral, de grande perigo para a Igreja e salvação das almas. (Quem pensa e fala ainda em salvação das almas?).

Para remate, desejo dizer com toda franqueza que discordo completamente da opinião do papa Bento XVI. Sua Santidade pensa que o uso do preservativo por um prostituto pode ser um primeiro passo que obrigue o homem a tomar consciência dos limites da liberdade humana (o prostituto, nas palavras do papa, seria levado a ver que não se pode fazer tudo o que se quer nesta vida). Pensar assim é pura ingenuidade.

Ao contrario, penso que aceitar o uso do preservativo, ainda que negando que seja a solução do problema, é incentivar a malandragem. É como se eu dissesse a um larápio furte com esperteza, com arte, de forma que não seja preso e sofra as conseqüências do seu ato.

Mais ainda, digo que é bom que os sodomitas contumazes sejam infectados pelo vírus. Terão quem sabe as últimas misericórdias de Deus no leito hospitalar, confessando-se e recebendo toda assistência espiritual da Igreja e salvando sua alma. Esta é a visão sobrenatural do problema. O resto é filantropia maçônica de quem não tem fé ou deixou-se enganar completamente pela demagogia da ONU e outras instituições infernais.

Anápolis, 22 de novembro de 2010.

Festa de Santa Cecília, Virgem e Mártir.

 

Política e tradição

Postado por Admin.Capela em 15/nov/2010 - Sem Comentários

(Vérité sociale profonde: Il n’y a d’accroissement de la force d’um pays, que si les efforts des générations s’additionnent, si les vivants se considerent comme des usufrutiers entre leurs morts et leurs descendants.(…) Il faut que les familles s’enracinent pour durer. Paul Bourget, L’ Émigré)

Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa

Quando se fala de política hoje, qual a idéia  que acode em primeiro lugar à mente das pessoas? Em geral, além da idéia de corrupção, de luta pelo poder,  de satisfação da vaidade pessoal, a ilusão de que na política se exerce a cidadania e se manifesta a liberdade individual pelo direito ao voto.

Observa-se que, infelizmente, na visão comum das pessoas, cada vez mais a política se despoja da sua grandeza como a ciência de bem governar a cidade com prudência e justiça para promover o bem comum e garantir aos homens uma vida boa, feliz e virtuosa.

Há uma grande demagogia em torno da lei da “ficha limpa” que diz tentar uma qualificação dos candidatos. Mas se se propusesse, como seria justo,  uma lei da ficha limpa dos eleitores, qual seria a reação por parte daqueles que estão cegos e não querem ver o absurdo do sufrágio universal igualitário?

No entanto, o grande desafio para a restauração da dignidade da política não passa por essas panacéias demagógicas de multiplicação de leis estabelecendo regras e mais regras para a realização dos pleitos. Tudo isso é periférico e superficial.

Ao contrário, é preciso considerar os princípios e valores que devem nortear a verdadeira política. Enquanto nos cingirmos aos paliativos e ficarmos na irresolução, sem coragem de combater os falsos princípios da política moderna nascida da Revolução Francesa, não chegaremos a lugar nenhum.

Hoje a política está vazia de qualquer conteúdo doutrinário. Quase todos os políticos são homens sem idéias. Conhecem algo de economia ou estão cercados de economistas que não têm uma formação humanística, mas estão dominados por uma visão pragmática e materialista do homem e do mundo, de maneira que reduzem a política apenas ao campo em que o capital deve transitar com segurança para gerar riquezas destinadas não se sabe a quem.

Com tal concepção da política, que sociedade, que estado se pode governar? Nenhum. Haverá apenas uma administração das coisas, certos mecanismos e instrumentos jurídicos aptos a beneficiar os ricos  espertalhões e a enganar os trouxas que pensam ser cidadãos livres  mas na verdade vivem a pior das tiranias, a tirania do deus dinheiro.

É verdade, como diz a Sagrada Escritura, todas as coisas obedecem ao dinheiro. E os franceses dizem com ironia: pas d’argent, pas d’amour!  Mas explica o padre Emanuel há maneiras e maneiras de obedecer ao dinheiro: por cobiça ou por necessidade.

A política tem de recuperar sua dimensão moral, ser restituída ao seu lugar devido, na teoria e na prática. Na teoria, como ciência moral que estuda o governo dos homens em sociedade respeitando sua dignidade. Na prática, como serviço abnegado do bem comum. Foi tal visão política que edificou a cristandade em todo seu esplendor, com um São Luís de França, um São Fernando de Castela, um Santo Eduardo da Inglaterra.

Hoje os políticos nos oferecem o triste espetáculo de discutir temas relevantes, como o problema da privatização ou estatização, sem saber remontar aos princípios mais altos que iluminam uma questão de tal magnitude.

Falam dos benefícios  ou prejuízos imediatos de uma medida nessa área, mas são incapazes de compreender quais são as atribuições autênticas do estado, suas limitações em virtude da própria  natureza da sociedade, não conhecem o principio de subsidiariedade. Ficam a dizer “vamos fazer uma lei sobre isso ou  aquilo”, quando não chegam ao ridículo do tabelamento dos preços! Como se as leis resolvessem os problemas.

Por que tal calamidade? Por que a política está tão degradada?

Pode haver várias causas. Atrevo-me a apontar uma só como a mais importante: porque perdemos a tradição.

Sem a tradição, sem as grandes lições da história, sem levar em conta as raízes e a índole de um povo, não há verdadeira política.

A tradição está para um povo, como as virtudes estão para o homem. Um homem só cresce moralmente e amadurece à medida que adquire virtudes morais e intelectuais. Assim também um povo. Só é grande e nobre quando cultiva as tradições herdadas dos seus maiores.

As leis são necessárias e úteis somente quando confirmam e protegem valores e instituições consagradas pela tradição ou disciplinam situações novas  à luz da reta razão e da experiência  histórica.

Na  verdade, quando um povo tem plena consciência da sua própria identidade, a necessidade das leis decresce. Toda sua vida transcorre conforme  os boas e antigas instituições.

O constitucionalismo e a inflação das leis são sintomas de decadência de um povo enfermo e decrépito  que perdeu  a sua própria consciência. Perdeu a sua constituição natural, perdeu suas raízes históricas. Assim como um homem mau ou doente precisa do temor da sanção para viver honestamente ou do uso de psicotrópicos para controle dos seus atos, assim também uma nação degenerada precisa de leis e mais leis para remediar seus males sem fim. Pois já não sabe de onde veio, não sabe mais manter a coesão do seu corpo político, não sabe mais para onde rumar.

É por isso que lamento profundamente o sinistro 15 de novembro de 1889, que nos fez macaquear os Estados Unidos.

É por isso também que prefiro o absolutismo do Antigo Regime ao absolutismo bolivariano-lulista a que nos conduziu a democracia do sufrágio universal. Luis XVI, ao menos, dizia: “O poder do trono é absoluto, nada pode restringi-lo, mas deve ser baseado na justiça e na razão, e deve ser sempre aberto à advertência e ao bom conselho.” [1]

O lulismo, ao contrário, quer silenciar a imprensa. E o próprio sr. Lula da Silva já declarou ser um homem sem pecado.

Anápolis, 15 de novembro de 2010.


[1] – Apud Munro Price, A queda da monarquia francesa, Luis XVI, Maria Antonieta e o barão de Breteuil.Record, 2007.

O sofisma do Estado laico e a omissão dos católicos

Postado por Admin.Capela em 01/nov/2010 - Sem Comentários

Padre João Batista de Almeida Prado Ferraz Costa

Além do amesquinhamento  do direito à vida inocente e indefesa da pessoa humana no ventre materno,  as últimas eleições revelaram um sofisma sobre a instituição sagrada da família.

Tanto a queridinha da esquerda católica, quanto a pesada cruz da direita  nessa batalha contra  a barbárie  do Brasil lulista, o sr. José Serra, se declararam favoráveis à chamada união civil homossexual e tentaram tranqüilizar a consciência daqueles que repudiam o vício da sodomia, valendo-se de uma distinção sofística entre casamento e união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Na verdade, o que ambos querem dizer é que a cerimônia religiosa da união antinatural ficará a critério de cada confissão religiosa, as quais não estarão obrigadas pela lei civil à prestação do serviço religioso em semelhante circunstância.

Todavia, ambos candidatos faltaram à verdade não esclarecendo a opinião pública sobre a realidade do novo instituto jurídico que se intenta criar. No plano civil, a denominada união civil homossexual será, sim, equiparada ao casamento natural. Será disciplinada mediante uma reforma do  Livro IV do Código Civil que trata do direito de família. Aliás, a não ser assim, na visão moderna haveria odiosa discriminação, criando-se um “apartheid” homossexual dentro do Código Civil.

O que os inimigos da família católica tradicional querem não é apenas regulamentar uma questão patrimonial ou previdenciária gerada por duas pessoas que vivem pecaminosamente. O que querem é achincalhar e demolir a instituição natural da família, fundada no casamento monogâmico e indissolúvel, e execrada por eles como instituição burguesa e opressora.

Por outro lado, como bem sabemos, o contrato natural de casamento entre homem e mulher batizados foi elevado por Nosso Senhor Jesus Cristo à dignidade de sacramento.

É, pois, inadmissível que a legislação civil de uma nação de tradição católica desfigure de maneira tão sacrílega e atentatória ao bem comum  a própria definição de casamento com base em um sofisma.

Não se pode assegurar uma tutela jurídica a um comportamento completamente nocivo à sociedade. O testemunho da história universal é unânime ao dizer que onde se introduziu e propagou o vício próprio da heresia, como diziam nossos maiores, a sociedade acabou em ruínas. A história pré-colombiana narra que houve tribos que se dizimaram por causa do vício torpe.

Entretanto, cumpre reconhecer que, tendo em vista as raízes ideológicas do Estado laico, não é de admirar que o mundo chegue a tamanha monstruosidade e proponha à Igreja tal solução do problema: padres e outros ministros religiosos, se não o quiserem, não serão constrangidos a sacramentar a sodomia; poderão inclusive, dentro dos seus templos, exortar os fiéis a abster-se do que consideram pecado, mas em âmbito público deverão evitar manifestar sua convicção, sob pena de prisão ou multa conforme a lei.

Como se vê, o Estado laico produz homens esquizofrênicos, com personalidade dupla ou hipócritas.  Na qualidade de homens religiosos pensarão de uma forma, mas como cidadãos deverão agir de acordo com uma lei que contradiz seu credo.

Tais são as conseqüências  do sofisma apregoado pelos garibaldinos, o qual aliciou  os católicos liberais e chegou a ser aceito pelo Vaticano II: “A Igreja livre no Estado livre.” Com efeito, essa forma errônea de regular as relações entre a Igreja e o Estado, condenada antes pelo magistério dos papas, hoje é aceita. O Estado confessional, segundo a Dignitatis Humanae, não é mais o ideal ou a regra, é um caso aleatório indesejável.

O mais lamentável é que hoje muitos católicos só combatem os frutos amargos mas não querem arrancar a árvore que os produz. A árvore é o liberalismo presente no Vaticano II. A Dignitatis Humanae diz que até os ateus têm o direito de proclamar o seu ateísmo sem nenhum constrangimento e de agir publicamente segundo sua consciência.

De maneira que não se podia esperar que, passados quase cinqüenta anos do Vaticano II e considerada toda a herança histórica da cultura liberal e iluminista (com a qual a Igreja entrou em diálogo e colaboração depois do C.VII), o Ocidente estivesse em condições diferentes.

Não existe Estado neutro. O chamado Estado laico, de que falam tanto Lula e os lulistas, é, na verdade, o Estado de uma nova religião que prega a tolerância mas no fundo é de uma máxima intolerância com os verdadeiros católicos.

Mas o pior é que, apesar de tão grande desastre, muitos católicos teimam em manter princípios tão falsos.

Tudo indica que se repetirá o que ocorreu no Brasil por ocasião da introdução do divórcio. Um bispo percorreu os gabinetes dos deputados da Câmara Federal incentivando-os a votar a favor do divórcio,  destruindo todo o trabalho contrário que tinha sido feito por um deputado leigo católico. Dizia o bispo que a Igreja não tinha o direito de impor a toda a sociedade o que era apenas um preceito adstrito aos católicos. Imperdoável ignorância do direito natural da parte  de um bispo defensor da poligamia sucessiva! Hoje assistimos ao escândalo da defesa da família sodomita.

Nosso Senhor disse no Evangelho: “Quem não é comigo é contra mim, e quem não ajunta comigo dispersa” (Mt. XII, 37). Se hoje, dada a apostasia em massa, já não é possível edificar o Estado confessional, não cessa o  dever condenar o erro com firmeza sem tergiversar.

Se os católicos continuarem a omitir-se, dentro de poucos anos veremos casais católicos heterossexuais congratulando-se, em encontros ecumênicos, com casais homossexuais. Tudo sem nenhuma discriminação, tudo em paz e amor! Tudo dentro de uma nova religião mundial que englobará todos os cultos irmanados a serviço do Anticristo.

 

Anápolis, 1º de novembro de 2010.

Festa de Todos os Santos

 

Carta aberta de condolências a nós… brasileiros?

Postado por Admin.Capela em 01/nov/2010 - Sem Comentários

Segunda-feira, 1º de novembro de 2010

Véspera de Finados…

Como “nunca antes na história deste país” deveríamos antecipar a visita aos cemitérios onde jazem nossos entes já falecidos, e lhes pedir desculpas pelo que fizemos com o Brasil que um dia conheceram. Pelo assassinato a sangue frio de uma nação que outrora recebera o batismo das Caravelas, que fora presenteada com a Salvação e agora escarra na Cruz de Nosso Senhor.

Hoje, 31 de Outubro, por volta das 21h, nosso país foi vitimado fatalmente pela impunidade, cegueira e insuficiência moral. Foi igualmente insuficiente o sistema excretor desta Nação, que décadas atrás não conseguira expulsar de forma definitiva o Verme Comunista. Não só não conseguira expulsá-lo, mas, como um cão que volta ao próprio vômito, o anistiaram sob a insígnia da liberdade e dos direitos humanos. Maldito seja o direito da criatura quando ousa suplantar o de seu Criador!

“Ama o feio desde que bonito lhe pareça, desde que lhe apeteça, desde que não lhe aborreça, desde que esteja garantido o feriado da Terça, e a cachaça que na goela desça. Desde que a si, nada aconteça”. A que ponto nossa falta de Fé, nosso descaso, nossa mesquinhez e soberba nos conduziram! A que total inversão de valores ora protagonizamos e assistimos ao entronizarmos o Latrocínio como rei bastardo e a guerrilha como sua rainha espúria! Ao aceitarmos que esse maldito concubinato doravante dê as cartas e dite suas anti-regras! Ao endossarmos o maquiavelismo de “PTralhas” que arrogam a si um direito execrável ao poder, conquistado à base de persuasão e coação junto àqueles que, quer ricos, quer pobres, fazem do ventre o seu deus!

Reconheçamos, no entanto, a astúcia e a malandragem desses “Arautos da Sacanagem”! Não poderemos jamais culpá-los de ineficácia, tampouco colocar em dúvida a paciência que tiveram para o alcance das metas traçadas pela Maçonaria. Isso não! Resta-nos, sim, confrontar nossa estultícia e vadiagem, nossa falta de brios, nossa inconstância e infidelidade, nossa excessiva preocupação com os nossos botões.

Frente a essa patifaria vermelho-sangue, acuso os fatos. Não as consciências, que só Deus perscruta.

Acuso aos que votaram pela manutenção desse governo anti-cristão, que ora grassa em nossas terras, de terem as mãos embebidas do sangue de milhões de inocentes que já morrem e morrerão quando da descriminalização do aborto, assim como os acuso pela asfixia do pouco que resta da Família, quando pelo sufrágio universal de hoje, apoiaram conscientemente (pois não me venham agora ostentar a bandeira da “Ignorância Invencível”) a aberração da união civil de homossexuais.

Acuso os senhores Bispos que permaneceram sobre o muro em profundo silêncio democrático, e aos que direta e vergonhosamente emprestaram seu nome e enlamearam seu título sagrado de “Pastores” com toda a sorte de fins escusos – cargos, espaços, aparências, segurança – de compactuarem com a torpeza e o satanismo das leis que, daqui por diante, poderão fazer desta nação um sepulcro de inocentes e uma torre de vergonha e infâmia. Acuso-os de atentarem contra suas próprias ovelhas, principalmente as mais indefesas.

Acuso os teólogos da Libertação e da libertinagem, que engrossaram o fogo das fornalhas esquerdistas durante os quarenta anos de Pós-concílio para, cheios de vanglória e orgulho, rirem-se hoje de sua vitória, breve vitória, pois que ”a injustiça não pode perpetuar-se”, e haja vista que de Deus não se zomba… não por muito tempo!

Acuso as Televisões “ditas” Católicas por se manterem tão civicamente empenhadas durante todo o pleito eleitoral e tão moralmente alheias – a despeito de suas obrigações para com a salvação das almas dos fiéis – a exemplo da famigerada TV Canção Nova que, ao silenciar o Pe. José Augusto (visto que depois de sua famosa homilia, ele nada mais disse sobre o assunto) e ao calar-se com relação a Gabriel Chalita e seu apoio descarado à perpetuação dessa horda de patifes no poder, esquivou-se por medo dos homens e do combate, quando deveria temer a Ira de Deus e Sua Justiça. Acuso-as de responsáveis pela alienação, aos moldes soviéticos, de milhões de jovens e adultos que hoje valorizam a opinião pessoal como o leme de suas vidas, a ponto de desobedecerem inescrupulosamente ao que exige a Doutrina Católica, até mesmo quando pronunciada pela voz do Papa, e ao mesmo tempo ostentarem o título de “Católicos à sua maneira”.

Acuso a todos esses Padres apelidados diminutivamente (Joãozinho, Zezinho, Huguinho, Luizinho, Marcelinho, Fabinho…), mas de uma covardia e um comodismo superlativizados, e tantos outros que se silenciaram em suas paróquias, ou abriram a boca apenas para cantar ou ensinar um Evangelho diverso do que o ensinado por Nosso Senhor. Àqueles que substituíram a espada do Evangelho pelos violões. Àqueles que não só desonram a batina que portam, mas que a substituem por algo mais “fresco”, mais “soft”, mais “cool”, e que se aproximam tanto dos fiéis a ponto de os afastarem da Verdade. Acuso-os de permitirem que alguns hereges protestantes os precedessem na corajosa defesa em favor da Vida, quando deveriam ser eles os primeiros a darem a voz e a vida por esta causa.

Acuso aos “grupecos” de paróquia e às famosas Pastorais (que mais deviam chamar-se “Loborais”), que diligentemente conduzem milhares ao culto do sentimento e da experiência pessoal, preocupando-se tanto com o “Reino”, não o de Deus, mas o mesmo desejado pelos Deicidas de outrora, um reino de paz e tranqüilidade aqui e agora, um reino de permissividade e tolerância ao erro, de um ecumenismo tolo e inerte que nunca visou e nem jamais visará à sincera conversão de ninguém (visto que desde o princípio fora concebido às avessas e com o fim único de ludibriar os ignorantes e incautos), de colaborarem para a ignorância de toda uma massa de Católicos hoje transtornados e transformados em meros “mamulengos” que se movem ao sabor da Moda.

Acuso aos filhos que fizeram ouvidos moucos aos apelos dos pais que, mais acertadamente, sabem os perigos do Comunismo. Aos pais que, por respeito humano, não corrigiram caridosamente as más inclinações democráticas (ou demonocráticas) de seus filhos. Aos irmãos e amigos que se mantiveram calados uns para com os outros temendo a desunião familiar ou social, valorizando o amor fraterno em detrimento do Amor e respeito a Deus, Nosso Senhor, sendo que, neste último grupo, vergonhosamente me incluo.

Acuso a todos esses partidos políticos, que nada mais são que “casas de tolerância”, espalhando imoralidades e disseminando toda sorte de doenças, não por serem de direita ou esquerda, mas por serem situacionistas e buscarem vantagem em tudo, acima de todas as coisas, mesmo da vontade de Deus, bem como acuso a Democracia, que levianamente faz com que o povo creia que decide por algo, quando na verdade, sorrateiramente, ergue nas nações os governos mais totalitários já concebidos.

A América Latina com seus Führers marxistóides, e o comunismo que democraticamente se instaurou e se mantêm em nosso país, são meros reflexos da fumaça que adentrou no Templo de Deus, derrubando hierarquias e espalhando a anarquia.

Perdoem-me a sinceridade além da conta, e recebam minhas sinceras condolências todos os que amam e que ainda se dignam chamarem-se filhos desta Terra de Santa Cruz. Neste caso, sei que meus sentimentos de pesar atingirão poucos, visto que nos últimos tempos uma massa de seres humanos espiritualmente falidos, moralmente lesionados, mas física e financeiramente satisfeitos, passou de tal modo a usurpar o título de BRASILEIROS e, principalmente, de CATÓLICOS, que qualquer apelo à sanidade, à justiça e à moral, que se queira fazer de público, terá com certeza uma ínfima e quase desprezível parcela de ouvintes.

Parafraseando um amigo: “Os maus são muitos e resolutos! Os bons são poucos, e muitos insuficientemente bons”.

Os maus têm coragem e cara-de-pau.

Os “ditos” bons são covardes de caras lavadas.

Aos que não se subjugaram a nada, exceto ao dever para com Deus, que Ele, em Sua Justiça, os recompense.

Rezemos!!

Coragem!!

“Por fim, meu Imaculado coração triunfará!”

(Nossa Senhora de Fátima)

Anápolis, 31/10/2010 – Festa de Cristo Rei

Frederico Maria de Souza Aleixo