Arquivo de junho de 2014

No Brasil, de alguma forma, a história se repete

Postado por Admin.Capela em 24/jun/2014 - Sem Comentários

Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa

Creio que é possível ver certas analogias entre a realidade política atual do Brasil e o que ocorria na era Vargas até a crise de 1964.

Como se sabe, o getulismo, após a redemocratização do país em 1946, apoiava-se principalmente em dois partidos políticos, o PSD e o PTB. O PSD aglutinava as classes mais abastadas e parcela da antiga oligarquia dos antigos PRP e PRM, a ala carcomida dessas agremiações que tinha aderido a Getúlio. O PTB arregimentava a populaça manobrada pela figura sinistra do pai dos pobres e da mãe dos ricos, aquela massa que o “bom velhinho” tinha conquistado mediante a legislação trabalhista que só beneficiava o trabalhador urbano. (Enquanto a maioria da população na zona rural teve de esperar até o regime discricionário nascido em 1964 para ter o reconhecimento dos seus direitos e benefícios).

Hoje, no Brasil, temos o lulopetismo, que, de alguma forma, se assemelha ao getulismo, com todas as ressalvas que se possam  fazer. Getúlio não era um homem de ideias, não era um intelectual (sua eleição para a Academia Brasileira de Letras foi uma afronta, uma profanação da Casa de Machado de Assis), era um provinciano. Era um homem que ambicionava o poder e o preservava em suas mãos pela astúcia, pelo maquiavelismo. Sob tal aspecto, Lula é um sósia de Vargas. Certamente, Vargas tinha mais verniz, tinha um berço mais aquinhoado, vinha de uma família de estancieiros de fronteira. Lula vem de retirantes nordestinos. Mas o que importa é ressaltar como ambos fizeram ao Brasil um mal enorme, na medida em que viram a política só como uma luta pelo poder, sem nenhuma preocupação em promover um aperfeiçoamento dos costumes políticos brasileiros. Getúlio não tinha nada de comunista; todavia, favoreceu a esquerdização da sociedade brasileira com o seu populismo que desembocou no janguismo. Lula idem, embora tenha assimilado alguma coisa das cartilhas marxistas dos ideólogos da teologia da libertação que o acolitaram em sua ascensão política.

O PT, como disse alguém, assemelha-se cada vez mais ao velho PTB, um partido populista cevado pelo bolsa família e outros “programas sociais”, além da corrupção e outros crimes que fazem lembrar o mar de lama, denunciado pela UDN, que levou Vargas ao suicídio. Por outro lado, o PMDB, do nefasto José Sarney, não obstante sua origem (do Sarney) muito remota na UDN, faz pensar no PSD, que, como disse, reunia os aproveitadores, aqueles que, a exemplo de Tancredo Neves, entre a Bíblia e o Capital ficavam com o Diário Oficial. Igualmente, o movimento “Volta, Lula” tem certa semelhança com o “queremismo”.

Na era Vargas, a oposição mais esclarecida estava organizada em torno da UDN, que tinha figuras de escol. Um partido de intelectuais de valor como Prado Kelly, Carlos Lacerda, Bilac Pinto, Afonso Arinos, Aliomar Baleeiro ou simples políticos dignos de respeito, como o Brigadeiro Eduardo Gomes, Abreu Sodré e outros. A UDN reunia elementos egressos do tenentismo, da Aliança Liberal que tinha apoiado a revolução de 1930,  a Revolução Constitucionalista de 1932 e tinha um projeto político liberal para o Brasil. Milton Campos resumia o ideal udenista nestas palavras: uma sociedade livre e justa.

Sem dúvida, para um católico convicto, a UDN não representava o ideal da política como a realização do Reinado Social de Jesus Cristo. Mas dentro da triste realidade do mundo moderno era o que havia de melhor no Brasil daquele tempo. A política é a arte do possível e não dos sonhos.

Hoje temos no Brasil o PSDB, que está longe de ser uma oposição séria e confiável ao descalabro do lulopetismo. De qualquer modo, é um mal menor para aqueles que ainda não chegaram a aderir à política (sempre adotada pela esquerda radical) do quanto pior melhor. Por isso, aconselho aos católicos que apoiem Aécio Neves nas próximas eleições.

Se a política fosse o mundo dos sonhos, o Brasil, para mim, nem sequer teria proclamado a independência. Seria parte do glorioso império português fundado por D. Afonso Henriques, idealizado pelo Pe. Vieira após a restauração em 1640, defendido ainda pelo nosso Patriarca José Bonifácio de Andrada e Silva (nosso maior estadista) até que as cortes liberais, na esteira da Revolução do Porto, puseram tudo a perder.

Tenho esperança de que, vencendo Aécio Neves, muito do lixo ideológico e da corrupção do lulopetismo seja varrido e venhamos a ter dias melhores. Se, porém, a Rousseff vencer, corremos o risco de a história do Brasil se repetir ipsis literis. Quer dizer, assim como, após o suicídio de Vargas, a situação do país foi se degradando cada vez mais, apesar da ilusão dos anos JK e da construção de Brasília, até degenerar a tal ponto que em 1964 foi necessário  o contragolpe, assim também hoje, diante de uma realidade social muito mais complexa e um Estado cada vez mais opressor e ineficiente, não sei o que será. Só Deus sabe. Mas quem viver verá.

Anápolis, 24 de junho de 2104.

Natividade de São João Batista

Do antropocentrismo ao pântano

Postado por Admin.Capela em 11/jun/2014 - Sem Comentários

Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa

A objeção que com frequência se formula contra o restabelecimento da liturgia romana tradicional como o rito ordinário da Igreja é que tal rito é expressão de uma cultura ultrapassada, esclerosada, incapaz de cativar a sensibilidade do homem de hoje. É claro que essa objeção não leva em conta as razões teológicas em favor da liturgia de sempre e contra os desvios doutrinários do rito reformado, conforme ressaltaram abalizados estudos feitos por teólogos, liturgistas e ilustres prelados. Trata-se de uma objeção superficial de cunho antropológico, psicológico ou, talvez, sociológico, que não considera devidamente o problema cultural, este, sim, o verdadeiro desafio para a evangelização do homem moderno.

Como se sabe, alguns dos “profetas” da nova teologia condenada por Pio XII na encíclica Humani generis diziam que o discurso teológico devia deixar de lado os princípios metafísicos, que se tinham tornado ininteligíveis ao homem moderno, e abrir-se à grande contribuição que a psicologia, a sociologia, a antropologia cultural e outras ciências modernas poderiam dar-lhe e garantiriam à Igreja um  êxito espetacular no cumprimento de sua missão em nossos tempos, visto que o homem moderno tem sua sensibilidade e seu gosto voltados para essas disciplinas.

Ora, a receita da nova teologia foi adotada, mas, infelizmente, a Igreja, que já estava combalida havia tantos séculos por um humanismo e liberalismo anticristãos, ficou ainda mais debilitada ao abeberar-se dessas fontes que exaltavam a liberdade do homem moderno mais “consciente” de sua individualidade e aptidão para transformar a realidade; ao abeberar-se dessas fontes que exaltavam também a cultura democrática laica dos nossos dias, que seria, até, uma cultura mais cristã que a dos séculos passados da cristandade, na medida em que seria mais aberta aos ideais de igualdade, justiça social, liberdade, autonomia e outros valores semelhantes que não teriam sido devidamente cultivados nos tempos da cristandade.

Não é necessário apontar os frutos amargos produzidos por tal discurso de exaltação da cultura moderna. As estatísticas provam a calamidade resultante do fato de a cultura secular ter sido assimilada pela Igreja, sobretudo a partir do Vaticano II. Tampouco é necessário provar que tal discurso se tornou realmente o discurso oficial da Igreja e não algo marginal, abusivo, ou simples desvio de correntes dissidentes. Basta recordar o que disse Paulo VI no final do concílio e o que disse o cardeal Ratzinger à revista Jesus e o que diz quase a toda hora Francisco I.

O que interessa a um católico hoje é ter ideias claras sobre o significado da cultura, a fim de defender a pureza da sua fé e evitar erros perniciosos, como os promovidos pelos mestres e epígonos da nova teologia.

Que é cultura? Pode um católico defender uma cultura desvinculada dos princípios metafísicos? Que é uma cultura cristã? Tentarei dar minha modesta contribuição sobre um assunto tão importante para o homem de fé de nossos dias, que, infelizmente, apesar da facilidade de acesso à informação, não tem muitas vezes os elementos e critérios necessários para um juízo seguro sobre o problema.

Cultura, como dizem bons autores, é tudo aquilo que o homem produz em sociedade, com vista ao seu aperfeiçoamento pessoal ou melhoria da sua vida. É tudo aquilo que o homem acrescenta à natureza, colocando-a a seu serviço e para seu aperfeiçoamento como ser racional.  É tudo aquilo que o espírito humano concebe ou realiza, seja contemplando o mundo ( a religião, a filosofia, a literatura, as artes plásticas etc), seja aperfeiçoando ou pondo a serviço do homem os recursos naturais (desde a domesticação dos animais, o cultivo da terra, a tecelagem, a construção de moradias, até a mais avançada ciência meteorológica apta a prevenir as mais graves catástrofes da natureza). Ou ainda, cultura é tudo aquilo que o homem faz consigo mesmo para melhorar sua qualidade de vida: alimentação, higiene, vestuário, cuidado com a saúde física e psíquica.  Cultura, portanto, diz um autor, é um termo análogo, no sentido de que se refere tanto ao cultivo da natureza  quanto ao cultivo do espírito humano.

É inegável que o mundo moderno, desprezando a metafísica e a teologia, alcançou um grande progresso material e melhorou as condições físicas da vida do homem na Terra.  Mas é inegável também que tão extraordinário progresso apresenta uma flagrante desordem, que reverte em prejuízo do seu próprio autor. Trata-se, com efeito, de uma cultura e de um progresso de um homem que recusa ordenar-se ao seu Criador e teima em voltar-se a si mesmo como se fosse a medida e o fim de todas as coisas. Trata-se de uma cultura que não se desenvolve a partir de uma contemplação de um cosmo bem ordenado por uma Inteligência Ordenadora, onde todas as coisas têm o seu devido fim que o homem, ser inteligente, deve conhecer, respeitar e colaborar para seu aperfeiçoamento. Mas, ao contrário, é uma cultura que se desenvolve a partir de uma concepção de um mundo caótico em que o homem  se julga  um semideus para fazer tudo que quiser.

Completamente diferente é a cultura que se desenvolveu ao longo dos séculos da cristandade. Acolhendo toda a sabedoria dos gregos e dos romanos e à luz da Revelação divina, o homem, regenerado pela graça divina, construiu uma cultura e uma civilização a partir da concepção de mundo em que tudo estava bem ordenado e tinha um fim, porque era obra da criação de um Deus bom e providente. E tal visão de ordem refletia-se em toda a realidade: na vida pessoal, na vida familiar e social. Com efeito, todas as atividades humanas tinham de estar ordenadas para a glória de Deus e salvação da alma, sem que se incorresse no erro de um espiritualismo exagerado característico do maniqueísmo e do catarismo. A cultura cristã não desprezava, como se pensa, a realidade material, a corporeidade do homem, pois, ao contrário do erro de antigos filósofos como Sócrates e Platão, o corpo não era considerado um cárcere da alma. Na cultura cristã, prevaleceu o bom senso de uma concepção de homem que afirmava a unidade substancial do homem composto de corpo e alma espiritual imortal. A cultura cristã não acorrentou a inteligência e a  imaginação do homem do seu tempo. Realmente nas universidades o homem medieval gozava de plena liberdade para fazer suas investigações, experiências e produzir belas obras de arte que até hoje admiramos na Europa.

Por outro lado, cumpre dizer que se a cultura é produto do homem, o homem não deixa de ser influenciado fortemente por ela. Não determinado, mas influenciado e condicionado por ela. São poucos os homens realmente capazes de modificar ou reformar a cultura do seu tempo, mas são legiões aqueles que por ela são fortemente marcados. E aqui bate o ponto. Os homens da Igreja tinham de estar mais atentos para a malícia da cultura revolucionária moderna que afasta o homem de Deus e o deforma, não obstante todo o palavrório de exaltação do homem. É necessário que as autoridades se esforcem por preservar os católicos da influência da cultura moderna anticristã. Todos vemos como o homem hoje se degrada espantosamente: a violência, as piores grosserias, vulgaridades e perversões nas relações humanas, embrutecimento, hedonismo são os “valores” da cultura da liberdade e do individualismo. De fato, do altar da religião antropocêntrica ruma-se rapidamente para um pântano em que a humanidade se perderá.

Dentro desta realidade que se retrata talvez com exagero de cores mas sem  desfigurá-la, o rito  romano tradicional da missa é sem dúvida um antídoto contra os inúmeros males dessa cultura de morte e ajudará o homem a submeter-se a Deus, a descobrir o seu verdadeiro lugar dentro do mundo, a respeitar a ordem estabelecida por Deus, verdades estas tão bem expressas nas suas cerimônias encantadoras e cheias de mistério.

Anápolis, 12 de junho de 2014.

Festa de São Barnabé Apóstolo, dentro da Oitava de Pentecostes

Putin e a decadência do Ocidente

Postado por Admin.Capela em 05/jun/2014 - Sem Comentários

Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa

Parece-me muito estranha e injustificada a crítica feita por alguns setores da direita liberal conservadora do Ocidente – sobretudo por aqueles grupos  que, apesar de se dizerem católicos, estão ligados às facções da maçonaria anglo-saxônica incrustadas no partido republicano dos EUA – contra as leis moralizantes sancionadas pelo presidente da Rússia com o intuito de proteger os valores familiares e religiosos do povo russo.

Tais grupos da direita liberal tentam lançar o descrédito sobre as medidas moralizadoras,chamando-as de “moral estatal” e taxando-as de hipocrisia ou pura estratégia política para captar a benevolência de amplas correntes da opinião pública do Ocidente, como se a Rússia ainda fosse um estado comunista em clima de guerra fria com os EUA. Como se ainda houvesse uma luta entre  regimes econômicos diferentes, o socialista e o capitalista. O que há hoje, com exceção de Cuba e Coréia do Norte, é um capitalismo universal disputando os mercados. De modo que aquelas pessoas que se opõem à Rússia hoje não estão defendendo o Ocidente contra uma ameaça de um regime totalitário comunista soviético, estão, sim, defendendo os interesses (nem sempre honestos) dos EUA ou tentando daí, talvez, obter alguma vantagem.

Seria muito desejável que tais pessoas demonstrassem maior empenho em denunciar e combater as mazelas da democracia liberal secular que solapa todas as instituições tradicionais da antiga civilização ocidental. Seria muito desejável que reconhecessem que hoje o Ocidente está muito mais envenenado pelo vírus do marxismo do que a própria antiga União Soviética. Com efeito, a história provou que o regime econômico socialista é completamente inviável, leva à miséria, de tal sorte que os próprios marxistas hoje adotam o regime econômico liberal e se limitam a fomentar a revolução cultural, pela propagação de todo tipo de vício e imoralidade, como a liberação das drogas, ideologia do gênero, destruição da família, da Igreja etc.

Putin demonstra ser um homem enérgico, de personalidade, corajoso, decidido. E tem toda razão em reprimir os profanadores dos templos da Igreja Ortodoxa Russa e os propagadores da revolução sexual. E o que é mais admirável é que tem o apoio de 80% da população em sua cruzada em defesa dos valores tradicionais. Assiste razão igualmente a Putin no ato de anexação da Criméia após a realização de plebiscito em que a maioria da população votou livremente  a favor da união com a Rússia. A ONU e seus acólitos não vivem por aí propalando o denominado princípio da autodeterminação dos povos? E se amanhã a Irlanda do Norte se separasse da Grã-Bretanha, que mal haveria?

Parece-me ridículo ficar criticando e denegrindo a Igreja Ortodoxa Russa em nossos dias pela recordação de delitos cometidos no passado, quando muitos dos hierarcas colaboraram com o stalinismo. Parece-me outrossim descabido dizer que hoje é desejável que os  russos se submetam ao bispo de Roma, quando este quer que os ortodoxos lhe ensinem a “sinodalidade”. Tomara que lhe  dessem umas aulas sobre a sacralidade da liturgia! Efetivamente, quem é quem no mundo religioso de nossos dias? Quem é cismático? Quem é herege? A confusão é geral.

Não procede a crítica à política de Putin em defesa dos valores morais. É um sofisma qualificá-la de “moral estatal”. A propósito, há duas coisas a serem recordadas. Por um lado, a lição do velho Aristóteles na sua Política que diz que a função do estado é promover a vida virtuosa. Ora, as democracias modernas nascidas da Revolução Francesa não têm nenhuma preocupação com tal fim da política. Só desenvolvem aquela arenga horrorosa da liberdade e da igualdade. Liberdade sem lei e igualdade sem a justiça que considere os méritos e deméritos dos indivíduos. Por outro lado, cumpre citar o que diz São Tomás na Suma Teológica na questão 96, a. 2 da Iª IIªe. Aí o santo doutor pergunta  se compete à lei humana proibir todos os vícios e diz que não, porque a lei se impõe à multidão dos homens, a maioria dos quais são homens que vivem uma vida sem virtude. E por isso, a lei não deve coibir todos os vícios, dos quais se abstêm os virtuosos, mas somente os vícios mais graves, sem cuja proibição a ordem social não se poderia manter. Outra questão da Suma Teológica que lança uma grande luz sobre o assunto que nos ocupa é a questão 10 da IIª IIªe., a. 11, referente à tolerância dos cultos dos infiéis. Aí o Aquinate demonstra grande sabedoria e prudência, dizendo que o regime humano deve imitar o regime divino. Ora, Deus, sendo onipotente, permite, entretanto, muitos males no mundo, que poderia proibir, a fim de que não ocorra que, eliminados tais males, outros bens maiores  sejam abolidos ou  sobrevenham outros males ainda mais graves. E cita Santo Agostinho que diz que da supressão do meretrício resultaria que toda a sociedade se transformaria num grande  lupanar. E diz ainda que a meretriz não está obrigada a restituir o dinheiro que recebe, pois, ainda que a causa seja ilícita, não é ilícita a doação que recebe (IIª IIªe. q. 62. a. 5 ).

O Ocidente, com o feminismo, repele tal sabedoria do santo doutor e sofre as consequências. Putin, a meu ver, não intenta uma moral estatal. Provavelmente sem o saber, aplica em sua pátria as lições do bem senso formuladas em princípios filosóficos por Aristóteles, Santo Agostinho e Santo Tomás. Não há sociedade que possa subsistir sem a Igreja e a família respeitadas. O discurso demagógico dos direitos humanos, que obscurece a inteligência das lideranças políticas e religiosas do Ocidente, nos conduz à ruína. Sem uma concepção sacral da ordem moral não há verdadeira civilização. Se não houver uma verdadeira reforma moral e intelectual das lideranças do Ocidente, assistiremos dentro de poucos anos ao fim de toda nossa sociedade.

Ademais, o direito não é uma realidade distinta da moral, mas uma parte da moral. É a própria moral dotada de sanção por decisão do legislador, como bem o mostrou em suas lições o filósofo brasileiro Raimundo Farias Brito.

Oxalá neste mês de junho, consagrado ao Sagrado Coração de Jesus, alcançássemos a graça de vir a ter em todas as nações da antiga cristandade governantes conscientes do seu dever sagrado de defender a religião, a família, enfim, todos os valores da civilização e não apenas dedicados a promover o consumismo ou o aumento do PIB.

Anápolis, 5 de junho de 2014

Festa de São Bonifácio, bispo e mártir