Arquivo de outubro de 2014

VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE À LUTA?

Postado por Admin.Capela em 27/out/2014 - Sem Comentários

Respondit Iesus: “Non haberes potestatem adversum me ullam, nisi tibi esset datum desuper; propterea, qui tradidit me tibi, maius peccatum habet”. (Evangelium Secundum Ioannem, Cap. XIX – 10-11).

O Brasil, de certa forma, acordou hoje de luto! Luto pelo maçon que perdeu as eleições? Não. Aécio Neves não é nem de longe um herói nacional, ao menos não no atual contexto, embora a conversão nos seja permitida enquanto ainda respirarmos. Não obstante, este cidadão representava um “mal menor”, uma possível desaceleração do processo autofágico de toda uma sociedade, em termos econômicos, mas principalmente morais.

O que se espera doravante deste governo que se mantém incólume no poder é a destruição sistemática da família Brasileira, quer pelo aborto, quer pela agenda homossexual em curso, e as consequências também econômicas deste fato só podem ser negadas por quem nega a realidade, ou seja, pelos loucos! Os dados do IBGE indicam o envelhecimento da população e a redução da taxa de natalidade, que, por conseguinte, reduz a parcela ativa da população e o volume de impostos necessários para se manter a previdência, os investimentos em infraestrutura, saúde, educação, segurança… enfim, preparemo-nos para impostos cada vez mais altos! O Japão já vem sofrendo este golpe, ao lado dos países europeus. As crises tendem a multiplicar-se!

Infelizmente, embora sendo eu Católico, devo admitir que a reeleição de Dilma Roussef passou pelo apoio da CNBB e da maioria dos Bispos brasileiros, e porque não mundiais, haja vista o que assistimos no último Sínodo “contra a família”! Assistindo ao discurso da vitória de nossa “Presidenta”, a semelhança dos termos por ela utilizados com o Espírito do Concílio Vaticano II, Concílio este no qual Comunismo e Maçonaria desfilaram de mãos dadas pela Nave de São Pedro, foi impressionante: “Diálogo, complementaridade dos opostos, energia construtiva que surge do debate…” Hegel, Karl Marx e Gramsci, do inferno, comemoraram a perpetuação de suas idéias! Kasper, cá da terra, também deve ter dado seus sorrisinhos. Dirão: “Mas a CNBB não a apoiou! O Bispo de minha cidade não o fez! Muito pelo contrário, pediu que nos opuséssemos à corja reinante! Você é louco de estar proferindo essas injúrias!” – Amigos! Amigos! Quem promove os ideais do Concílio Vaticano II não pode, por força de estar sendo incoerente, discordar da eleição de Dilma! A crise na Igreja, infelizmente, tem suas consequências políticas, e os atuais governos latino-americanos são apenas algumas delas. A vitória de Dilma é a vitória do Concílio Vaticano II, é a vitória da Teologia da Libertação, da Renovação Carismática e seu “amoooooor” sem medidas a tudo e a todos, sem exceção.

Há quem espere, em vão, uma solução política para os problemas atuais. Mas a verdade é que a solução passará pela nossa conversão verdadeira, pela conversão de nossos pastores e pela negação de todas as novidades oriundas do espírito sessentista que embalou nossos pais, fisiológicos ou espirituais! Portanto, não esperemos o surgimento de uma liderança que nos conduza à vitória, ademais porque toda vitória aqui é fugaz, hoje mais do que noutros tempos, feitos de homens, escudos e espadas. Noutros tempos onde um Godofredo de Bulhões negava-se a usar coroa na terra onde Cristo foi coroado de espinhos, quando da reconquista de Jerusalém. Hoje, vivemos os tempos onde a coroa de Cristo, não a de espinhos, é invejada por qualquer rebento de seminário, usando calças Jeans e estampas de Che Guevara. Os Levitas negam-se a servir a Cristo, a posicionar-se contra todos, menos contra Deus, e esta omissão produz os nefastos frutos que vimos nos últimos anos. Pecados que bradam aos céus, como o aborto e o homossexualismo, bem como a perseguição aos Cristãos no Oriente Médio, são todos assuntos impronunciáveis em nome do Diálogo! Do debate!

Creio que de todos os defeitos de um homem, o mais repugnante é a covardia. Pior ainda ser lembrado na história como covarde! E não ser lembrado? Quero crer que esta terceira opção há de ser o destino, num futuro próximo ou longínquo (Deus o sabe!) de todos os que defendem a anti-naturalidade das novidades em detrimento da defesa da Verdade e da Tradição!

Parabéns CNBB! Parabéns Excelências, pelo silêncio! Parabéns Eminências, pela iminência de desaparecimento da Fé Cristã a que nos submeteram há 40 anos! Dilma e o PT agradecem!

 

Ad Maiorem Dei Gloriam


Engº Frederico de Souza Aleixo

Mais 4 anos?

Postado por Admin.Capela em 27/out/2014 - Sem Comentários

Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa

Muita coisa se pode dizer sobre a tragédia ocorrida ontem, dia 26 de outubro de 2014, Solenidade de Cristo Rei.

Em primeiro lugar, cumpre sublinhar que, com efeito, não se tratava de uma luta entre um estadista e uma nulidade, mas apenas da oportunidade de, servindo-nos de um instrumento muito deficiente, tentar varrer do Palácio do Planalto uma senhora que, apesar de desprovida da mínima capacidade de gerir sua própria vida doméstica, tem, no entanto,em suas mãos uma caneta apta a infernizar a família brasileira em muitos setores.

Que Madame Rousseff seja inepta está patente e passará para a história do Brasil, graças àquela pérola que ela proferiu respondendo, no último debate, a uma economista cearense, de 55 anos, desempregada: “Matricule-se em um dos cursos profissionalizantes criados pelo governo federal.” Um acinte,um deboche, uma provocação. Uma falta de respeito a quem quer trabalhar e produzir, e não viver como parasita do Estado socialista lulopetista.

A rainha Maria Antonieta da França foi achincalhada pelos revolucionários que lhe assacaram a autoria da frase: “Se o povo não tem pão, que coma brioches”. Certamente,  não disse isso por ironia, se é que realmente disse. Não era a governante e não tinha obrigação de conhecer toda a realidade da França. Ao contrário, a pérola dita pela Rousseff, se o povo brasileiro for inteligente, deverá passar para as gerações futuras como uma prova de que a referida governante era tola ao cubo, além da medida do tolerável. Sem dúvida, era dever dos homens de bem e responsáveis trabalhar para a vitória do Lulécio.

O grande perigo, agora, será querer fazer ao desgoverno lulopetista uma oposição civilizada, como se vivêssemos tempos normais. Temos de tomar consciência de que, efetivamente, vivemos uma guerra disfarçada. A súcia eleita é composta de  marxistas que dilapidam diante de nossos olhos o patrimônio moral, cultural e econômico da nação. A oposição terá de ser enérgica e levada às últimas consequências.

Por outro lado, creio que será necessário repensar o sistema político moderno  mais a fundo, procurando esclarecer os espíritos  retos, que, contudo, ainda nutrem ilusões sobre a partidocracia, o sufrágio universal, a tripartição do poder etc. É preciso mostrar às pessoas que há uma enorme ignorância em torno desse monstro sagrado, desse Moloc, desse Baal que devora seus próprios filhos chamado democracia.

Não se trata, evidentemente, de propor uma ditadura ou um regime totalitário como solução do problema político que nos aflige. Trata-se de fazer ver às pessoas que ainda guardam um mínimo de bom senso que o problema político resulta de um problema mais grave: a crise espiritual religiosa e moral que vem destruindo a família como instituição fundamental de qualquer sociedade sã. Hoje não temos uma sociedade orgânica, composta por famílias autênticas, com raízes e valores; temos apenas uma poeira humana, um individualismo idolatrado, um rebanho humano que, tangido pelo marketing e outros recursos da sociedade de massas moderna, acorre às urnas. Cujo resultado só pode ser viciado pelos erros já indicados do igualitarismo e individualismo. No Brasil, as eleições são sempre uma tragédia, um terremoto com data marcada, desde Getúlio até nossos dias. Em suma, é necessário que as lideranças autênticas da sociedade civil, tendo a frente homens prudentes e patriotas, que conheçam realmente a ciência política, procurem dotar o Brasil de instituições políticas mais consentâneas com a índole do seu povo e sua formação história

Se conseguirmos reconstituir a sociedade civil formando boas famílias, boas escolas e paróquias (que não sejam currais do lulopetismo e outras formas de demagogia revolucionária), se conseguirmos dar uma solução para o seríssimo problema das universidades federais que são institutos de culto à ignorância, às drogas e imoralidade, quem sabe, depois de muito sacrifício, sangue, suor e lágrimas, teremos a verdadeira política, aquela que promove o bem comum, constrói a civilização e descortina o futuro preservando a tradição. Alguns desses problemas podem ser solucionados sem passar pela política, dependem apenas de cada um de nós cumprir o seu dever de estado, outros são mais difíceis. Mas cada coisa tem a sua hora e vez.

Finalmente, desejaria dizer que, não participando da orgia democrática, e não esperando ansiosamente as próximas eleições, confio que na hora que acabar o dinheiro e as “bondades” distribuídas pelo governo da Madame Rousseff começarem a minguar e a inflação disparar e o escândalo do petrolão vier a público em seus pormenores escabrosos, os seus quatro anos de mandato estarão seriamente ameaçados para o nosso bem. Amen. Aleluia.

Anápolis, 27 de outubro de 2014

 

Esperança em meio ao caos: De Villiers e Putin

Postado por Admin.Capela em 10/out/2014 - Sem Comentários

Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa

No momento em que graves ameaças pairam sobre a família católica e os cristãos em geral são perseguidos pelos infiéis e abandonados pelas lideranças ocidentais, leio com satisfação uma entrevista que um respeitado político católico francês, Philippe de Villiers, autor de uma apreciada biografia de São Luís Rei de França, concedeu em setembro último à revista Valeurs Actuelles.

Dada a sensatez das reflexões de Philippe de Villiers e seu conteúdo de interesse para o leitor católico de língua portuguesa. passo a resenhar sua entrevista.

De Villiers, que foi governador da Vandéia e candidato à Presidência da República Francesa, é um pró-vida convicto e um crítico da direita (tanto da liberal quanto da nacionalista), que aceita a legalização do chamado “casamento igualitário”. Chama a atenção para a crise política contemporânea, que se pode dizer quase universal: “Em 1934,  os franceses queriam atirar no Sena os deputados, salvo o seu; hoje o descrédito é geral.”

Rebatendo a crítica recebida por ter tido uma audiência com Putin na Crimeia, diz com a galhardia de um estadista: “É uma honra ser tomado como alvo desses censores politicamente corretos que só têm um objetivo: a diluição das nações e da sua identidade em um vasto império mundializado sob a governança americana. Os valores que me inspiram a mim e ao Puy du Fou (organização dirigida por de Villiers que combate pela restauração dos valores culturais franceses tradicionais – nota minha) situam-se como antípodas dos seus. Sinto-me, ao contrário, com aqueles da nova Rússia de Putin.

Em seguida, De Villiers declara que trava o mesmo combate de Putin e comenta: “Desde sua chegada ao poder, venho observando-o, lendo-o, e o encontro que tive com ele no Palácio de Verão dos Czares não fez senão confirmar meu julgamento. Ele comporta-se como um verdadeiro chefe de Estado, patriota, trabalhando para restaurar os valores políticos, culturais e morais da grande Rússia. O fato que Putin tenha desejado implantar na Rússia parques segundo o modelo de Puy de Fou e não parques de diversão testemunha seu apego à alma do seu povo. Ele é o homem que faz a Rússia sair da era comunista e lhe assegura sua grandeza. Enquanto na Europa se abre um McDonald’s por dia, na Rússia se constrói uma igreja ortodoxa por dia. Putin é o maior chefe de Estado atual.”

Da minha parte, acrescento que de Villiers poderia ter dito também que, sob o olhar complacente das autoridades religiosas da Igreja Latina, muitas igrejas são secularizadas, entregues a uso profano e cobiçadas pelos muçulmanos para transformá-las em mesquitas. Prédios de antigos colégios e conventos são vendidos e os chamados bens de mão morta, fruto de benfeitores católicos, reduzidos a objeto de especulação imobiliária justamente por aqueles que se dizem socialistas adeptos da Teologia da Libertação. Ao passo que na Rússia o Estado preserva o patrimônio cultural artístico e religioso da nação, trabalhando em consonância com a hierarquia ortodoxa.

Com relação à crise na Criméia, explica de Villiers que seu apego à Rússia foi plebiscitado pela população e é incontestável. Povoado por 90% de russófonos, a Criméia é profundamente russa. Aqui também me parece que de Villiers poderia ter recordado que historicamente a Ucrânia nunca foi uma nação plenamente constituída mas sempre retalhada entre a Rússia, o Império Austro-Húngaro e a Polônia. O nacionalismo foi fomentado no Leste Europeu após a Primeira Guerra Mundial pelos EUA (presidente Wilson) e pela maçonaria para destruir de vez a Áustria católica, como bem demonstrou o jornalista Jean Sevillia.

E com relação às sanções econômicas impostas pelos EUA à Rússia, diz que elas não têm outra explicação senão na vontade dos EUA de apear do poder Putin para implantar o seu modelo de sociedade. Modelo de sociedade que vai ficando cada vez mais claro em seus princípios anticristãos: ideologia do gênero, hedonismo desbragado, individualismo radical com o fim da família tradicional fundada na lei natural e na religião.

Respondendo à pergunta do repórter sobre se ele se tornou anti-americano, de Villiers diz que não, pois não se podem confundir os povos e seus governos. E explana o problema: “O mundo mudou em 9 de novembro de 1989, com a queda do muro de Berlim. Até então, havia o mundo livre e o mundo cárcere. A ameaça estava no Leste. Estávamos, então, naturalmente, aliados aos EUA. Não existindo mais essa ameaça, a OTAN tornou-se um instrumento de domínio das nações ocidentais, sobretudo das européias. Não somente a França deve sair dela, mas a OTAN deve desaparecer. A vocação dos americanos é ocupar-se da América, não do mundo inteiro. Além da sua vontade imperialista, há outra explicação para a sucessão de conflitos armados  provocados pelos EUA, do Iraque à Síria, passando pela Líbia: eles têm necessidade de fazer a guerra para represar sua dívida monstruosa.”

Quanto à dramática expansão do islamismo, diz que devemos realmente estar solidários com todas as ações empreendidas no mundo inteiro contra o perigo islâmico e que seria melhor combater antes o califado iraquiano que combater Putin, que é o único chefe de Estado a fazer recuar o islamismo. E diz que na França há quase um milhar de jihadistas que partiram para combater em diversas frentes.

Com referência aos malefícios da União Européia, de Villiers diz que é uma ilusão pensar que represente um contrapeso à influência e poder dos EUA: “Uma nação privada de soberania é uma nação que não existe. Não há salvação para a França se o seu povo não recuperar sua liberdade. A França tem de recuperar sua tríplice soberania: militar, saindo da OTAN; monetária, saindo do euro; política, saindo da União Européia.”

Concluindo sua entrevista, de Villiers diz que sua concepção política se baseia nestas palavras de Santo Tomás de Aquino: “O poder é um sacrifício, só o serviço prestado funda a legitimidade.”

Creio que esta entrevista de um político católico francês de grande prestígio é muito importante para esclarecer os católicos tradicionalistas brasileiros que estão sendo desinformados por pessoas que injustificadamente, misteriosamente, morrem de amores pelos EUA, antro ou paraíso de judeus, maçons e protestantes. Desinformados por pessoas que não se pejam de acusar publicamente, mas sem provas, que a Rússia mandou propositadamente abater um avião de passageiros vindo da Holanda, mas se esqueceram de dizer que na Guerra do Golfo, em 1988, os EUA abateram um avião iraniano com 295 passageiros. Pessoas que misteriosamente se fazem de cegas e se recusam a ver que os EUA promovem a degradação moral da humanidade inteira, impondo a todos os povos seu modelo político de um republicanismo e democratismo rasteiros que só favorece uma oligarquia corrupta e egoísta.

Hoje, vale a pena voltar a ler a Ilusão Americana de Eduardo Prado e ouvir homens prudentes como De Villiers e Vladimir Putin.

Anápolis, 10 de outubro de 2014

Festa de São Francisco Bórgia, Confessor

Duque da Corte do Imperador Carlos V e Superior Geral da Sociedade de Jesus, 3º sucessor de Santo Inácio de Loiola