Arquivo de março de 2015

O sofisma do jornal “O Estado de S. Paulo”. Intervenção militar já!

Postado por Admin.Capela em 16/mar/2015 - Sem Comentários

Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa

Ontem, dia 15 de março de 2015, o jornal “O Estado de S. Paulo” publicou um editorial sob o título “Tudo tem sua hora” que é um primor de hipocrisia.

Comentando as manifestações populares contra o desgoverno da sra. Rousseff, o editorial aponta duas supostas armadilhas ou perigos do momento político vivido pela nação brasileira: um intempestivo pedido de impeachment da Vaca que tossiu ou um clamor popular em defesa de uma intervenção militar para destituir um governo desmoralizado que conduz o país ao caos.

A hipocrisia de fundo do referido editorial é dizer que as manifestações populares são o exercício de um direito “democrático” ou exclusivas da convivência “democrática”. Ora, há outras formas de governo legítimas onde o povo organizado segundo seus costumes, tradições e valores multisseculares, e não uma massa tangida por uma midia imoral e corrupta, pode manifestar seus anseios, defender seus direitos contra tiranos agressores. Nas democracias laicistas de hoje é que o povo, dopado com o falso dogma da soberania popular, e perdendo cada vez mais a consciência dos seus valores e sua identidade cultural, tem mais dificuldade de fazer-se representar perante o Estado onipresente e lutar contra a tirania.

O sofisma consiste em afirmar que, até a hora presente, não há provas e argumentos que autorizem a instauração de um processo de impedimento da sra. Rousseff, pois que os supostos delitos ou culpas que recaem sobre ela datam do tempo em que ela era presidente do conselho da Petrobrás e a lei diz que o impedimento se dá em virtude de crimes praticados durante o exercício do cargo de presidente da República. Máxima hipocrisia e sofisma maquiavélico perfeito! Há denúncias sérias de que desde as eleições de 2010 as campanhas do PT foram financiadas pela quadrilha dos petralhas da Petrobrás, não bastassem as suspeitas sobre a lisura da apuração oculta dos votos no último pleito, sob as bênçãos de um ministro ex-advogado do PT!

Na realidade, não há condições para um impeachment por outros motivos. Não há condições porque o Congresso Nacional não nos representa e porque a sociedade não confia mais nem sequer no Supremo Tribunal Federal. É uma vergonha, um acinte contra a sociedade brasileira que delinquentes da pior espécie envolvidos na roubalheira do mensalão já estejam fora da cadeia. Qual será, então, agora, o resultado final das investigações em torno do petrolão?!

Na realidade, as instituições da república faliram. Esses políticos socialistas ficam a toda hora falando dos “princípios republicanos”, do “espírito republicano”, do “ideal republicano”, mas é uma farsa, porque praticamente só houve república no Brasil quando éramos uma monarquia e o imperador dava bom exemplo de austeridade e zelava pela coisa pública.

Não há condições para imeachment porque a nossa organização política é uma calamidade, é a fonte das desgraças do Brasil. A Constituição de 1988 é um monstrengo que impõe à nação uma caricatura de regime federativo, cria um estado que é um ônus para toda sociedade. Portanto, querer promover um impeachment hoje  preservando a ordem legal não é a solução.

É melhor que haja uma intervenção militar que faça uma limpeza geral e não essa farsa da faxina da Rousseff. Lixo não limpa lixo, só aumenta o lixo! Uma intervenção militar que repare os erros das intervenções anteriores desde o infeliz golpe de 1889 até o justificado golpe de 1964. O qual, no entanto, foi canhestro em seus métodos e fins.

É preciso que haja uma intervenção militar que seja uma contra-revolução que debele a revolução cultural em marcha em todo ocidente. Uma intervenção militar que não caia na esparrela do discurso democrático liberal, laico, ateu, inimigo de Deus, da Igreja e da família cristã. É preciso uma intervenção militar que devolva o Brasil aos filhos da Terra da Santa Cruz e os liberte da escravidão da democracia liberal.

A democracia liberal não tem futuro. Tem seus dias contados. O atentado às Torres Gêmeas de Nova York, o compreensível atentado contra o fétido pasquim Charlie Hebdo, o assassínio do político liberal russo há poucos dias por um elemento ligado ao fundamentalismo islâmico, tudo isso nos convence de que a democracia liberal laica que se alimenta da exploração das tendências mais baixas do homem, que debocha de tudo que é santo e sagrado, que faz do homem um semideus, não resistirá ao flagelo do islamismo.

A democracia liberal se ilude pensando que conseguirá levar a humanidade ao ateísmo por meio da imoralidade e do consumismo. Na verdade, o que poderá conseguir é destruir a humanidade por meio da intemperança.

Que haja uma intervenção militar que nos liberte da droga da democracia. Que nos liberte da democracia que ameaça reduzir o mundo a uma cracolândia planetária.

Que Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil nos proteja. Que a Princesa Isabel, que tanto amou esta Terra da santa Cruz, interceda por nós. Que São Luís Rei de França e São Fernando de Castela obtenham graças especiais para os nossos chefes militares mais idôneos e patriotas a fim de que estejam à altura da gravidade da hora.

Anápolis, 16 de março de 2015.

Renunciar à política?

Postado por Admin.Capela em 04/mar/2015 - Sem Comentários

Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa

Na crise atual (crise religiosa, política, moral, econômica etc) os homens de bem julgam-se impotentes diante da triste realidade, sem nenhuma perspectiva de mudança ou melhoria. Muitos chegam a dizer: “Se hoje é quase um milagre um moço direito encontrar uma moça virtuosa e constituir uma boa família, que dizer então de uma reforma geral da sociedade que renove seus costumes, instituições e métodos políticos? Logo, é preferível renunciar à política.”

Quanto à participação na vida política, hoje há muita confusão originada pela democracia moderna. A mentalidade revolucionária  criou a ficção da “cidadania”, querendo obrigar todos os homens a ter uma participação ativa e igualitária no governo da cidade, sem levar em conta a hierarquia social  legítima. Daí o sufrágio universal igualitário, individualista e obrigatório. Na verdade, a atividade política do homem deve basear-se na constituição orgânica da sociedade (uma sociedade constituída de pequenas sociedades ou instituições intermediárias) e ser, assim, uma colaboração de cada membro da sociedade para o bem comum, conforme sua  situação concreta e sua possibilidade real de retribuir à sociedade o bem que esta lhe proporciona. É um absurdo o que se verifica hoje: reservar cotas para todo tipo de gente se candidatar aos cargos eletivos, afastando as pessoas (principalmente as mulheres) do seu ambiente natural onde poderiam cumprir  suas obrigações e concorrer espontaneamente para o prosperidade geral.

Hoje, quando todas as instituições estão abaladas, realmente é impossível uma atividade política que produza um efeito imediato e concreto. Não obstante, como somos naturalmente animais políticos e recebemos ainda, apesar de tudo, muitos benefícios da sociedade em que vivemos, não podemos isolar-nos completamente e viver alheios à política. Houve um pensador que disse: “Quando acaba a política começa a guerra”. Hoje a tentação é acrescentar: não sei o que é pior!

Não proponho aqui a ideia de que os católicos se organizem em agremiação e entrem no jogo político da sórdida partidocracia que nos infelicita. Proponho que procurem dar sua contribuição dentro dessa concepção orgânica de sociedade e sejam realistas, bem conscientes de que não há, nunca houve e nunca haverá condições sócio-políticas ideais, perfeitas, para que possamos ter uma atuação política em maior ou maior grau segundo a realidade de cada um. Podemos ao menos tentar exercer alguma influência, ainda que seja mediante o “direito ao voto”.

Ademais, meditando um pouco sobre a história, podemos ver como Deus sempre socorreu a sua Igreja e o seu povo por meio de homens políticos. Sem estes, que foram por assim como causas segundas pelas quais a providência age na história, dificilmente a Igreja teria saído de situações embaraçosas que ameaçavam seriamente a sua obra e continuidade. Comprova-se essa lei da providência divina desde o Antigo Testamento. Com efeito, que foram os caudilhos Moisés e os Irmãos Macabeus senão instrumentos nas mãos de Deus para ensinar a religião verdadeira, guiar o seu povo que parecia mergulhar na idolatria?

Outrossim, é digno de nota que nem sempre os homens escolhidos por Deus para desempenhar uma missão política de transcendência histórica foram impolutos e modelos de todas as virtudes. Apenas se revelaram capazes de conduzir os povos na direção correta. Basta pensar, por exemplo, em Constantino o Grande, a quem Santo Agostinho, sem incorrer nos exageros de Eusébio de Cesaréia, dá o nobre epíteto de príncipe cristão. Que teria sido da Igreja sem ele? É claro, Deus tinha outros meios para livrar a sua Igreja da perseguição, mas de fato serviu-se de Constantino. Ou ainda séculos mais tarde um Carlos Magno? Que teria sido da Igreja e da civilização sem ele?

Vale a pena ainda recordar outros exemplos para ilustrar esta verdade de que Deus não descura da política para conduzir sua Igreja nos momentos mais trágicos da história ou castiga seu povo privando-o de príncipes dignos para entregá-lo à escumalha. Quando em Constantinopla o cismático Fócio se utilizou de toda sorte de artimanha para assenhorear-se da sé patriarcal do império enganando o papa João VIII, foi o imperador Leão o filósofo quem livrou a Igreja de tal calamidade. O papa João VIII não se mostrou então à altura da gravidade do problema; pelo contrário, foi tão condescendente que gerou a lenda da papisa Joana, pois teria sido mais fraco que um eunuco. Mais tarde, quando Miguel Cerulário consumou o cisma da Igreja Grega, infelizmente não houve um imperador que socorresse a Igreja e, embora o papa fosse bom e prudente (São Leão IX), ele não conseguiu evitar a tragédia do cisma, porque certamente lhe faltou o apoio de um imperador. Reinava em Constantinopla a imperatriz Teodora.

Séculos mais tarde no Ocidente, por ocasião da pseudo-reforma luterana, que teria da Igreja se não houvesse um imperador como Carlos V, com todas as falhas e defeitos que possa ter tido? Certamente, os reveses da Igreja teriam sido muito maiores. Os meios pelos quais chegou ao trono do Sacro Império não foram nada honrosos – comprou os membros do colégio de eleitores com dinheiro tomado de empréstimo ao banqueiro Jacob Fugger, cuja família se tornaria mais tarde uma família principesca do Sacro Império -, todavia, sem dúvida, Carlos V foi um homem providencial na luta contra os hereges e os infiéis. Embora no plano concreto não tivesse conseguido realizar muita coisa, fomentou o espírito de cristandade num tempo em que as nações começavam a preocupar-se apenas em seus interesses políticos particulares.

E para remate destas reflexões sobre a história recorde-se que em tempos mais próximos de nós o imortal São Pio X considerava o Império Austro-Húngaro um elemento importante para a segurança da Igreja.

Em suma, ao eventual leitor católico destas mal traçadas linhas digo apenas que é um equívoco primário pensar que em nossos dias não se deve lutar contra o esquerdismo político difuso em todo Ocidente porque a direita seria a outra mão da mesma força política oculta, que manipularia todo o jogo de cartas marcadas pela maçonaria. É um equívoco, entre outras razões, porque a direita é um termo ambíguo que abarca ideários políticos diferentes, adaptados às circunstâncias as mais diversas. No entanto, à medida que serve de reação à anarquia promovida pelo marxismo cultural que corrompe nossa juventude a “direita” merece nosso apoio prudente.

Acrescente-se, por fim, que só sairemos da situação calamitosa em que nos encontramos quando Deus Nosso Senhor nos der um papa santo. E quando suscitar um grande estadista católico que o secunde. E se este for santo, tanto melhor. Mas não é necessário. Basta ser como um Carlos V, um General Franco e tantos outros.

Anápolis, 4 de março de 2015

Festa de São Casimiro, filho do rei da Polônia e de Isabel d’Áustria.