Art. 1 ─ Se este sacramento deve ser conferido também aos sãos.

O primeiro discute-se assim. ─ Parece que este sacramento deve ser conferido também aos sãos.

1. ─ Pois, o efeito principal deste sacramento é a cura, antes, da alma que a do corpo, como se disse. Ora, mesmo os sãos de corpo precisam de serem curados na alma. Logo, também a eles se lhes deve conferir este sacramento.

2. Demais. ─ Este sacramento é o dos que se vão desta vida, assim como o batismo é o dos que entram nela. Ora, a todos os que entram na vida se lhes confere o batismo. Logo, a todos os que dela saem deve este sacramento ser conferido. Ora, às vezes aqueles que estão a ponto de deixar a vida, como os que vão ser decapitados, estão sãos. Logo, a esses tais deve este sacramento ser conferido.

Mas, em contrário, a Escritura: Está entre vós algum enfermo? Etc. Logo, só compete aos enfermos.

SOLUÇÃO. ─ Este sacramento e uma cura espiritual, como se disse; e essa é significada a modo de cura do corpo. Por onde, aqueles que não precisam de curar o corpo, isto é, os sãos, não se lhes deve conferir a eles este sacramento.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. ─ Embora a saúde espiritual seja o efeito principal deste sacramento, contudo e necessário que pela cura do corpo seja significa da a cura espiritual do sacramento, mesmo se dela não resulta a saúde do corpo. Por isso, a saúde espiritual só aqueles este sacramento a pode conferir, que precisam da saúde do corpo, isto é, os enfermos; assim como só pode receber o batismo quem pode receber a ablução do corpo, e portanto não o pode o feto existente no ventre materno.

RESPOSTA À SEGUNDA. ─ Mesmo o batismo só o podem receber os que entrando na vida, são susceptíveis da ablução. Por onde, a extrema unção só a podem receber os que se vão da vida e que assim são susceptíveis de cura do corpo.