Charles Maurras e Jair Bolsonaro

Postado em 30-08-2018

Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa

Tenho-me me empenhado, com toda franqueza, em ajudar os católicos a tomar consciência da importância e da gravidade das próximas eleições. E estou satisfeito observando que muitos católicos começam a perceber que a coisa mais importante em jogo no pleito de outubro não é tanto a escolha de um presidente que seja um doutor em economia ou finanças públicas quanto a escolha de um homem que tenha um compromisso real com a defesa dos valores fundamentais da nação: a defesa da vida, a salvaguarda da instituição natural da família (alicerçada na união entre um homem e uma mulher), o respeito à tradição religiosa povo da Terra de Santa Cruz, bem como a segurança do direito de propriedade e de livre iniciativa econômica.

Como a imensa maioria das pessoas hoje pensa que falar em ameaça comunista é um anacronismo, visto que, depois da queda do muro de Berlim e da abertura econômica da China (que se tornou um paraíso capitalista), a alta finança parece não encontrar mais nenhuma fronteira, aproveito, então, esse gancho nas minhas conversas para sublinhar que, realmente, o que assistimos hoje é a uma guerra que foi profetizada há mais de um século por um grande pensador francês, Charles Maurras, que disse em L’Avenir de l’intelligence” (1905) que no futuro os intelectuais prostituiriam suas inteligências para a plutocracia e haveria uma verdadeira guerra entre dois sistemas capitalistas: um capitalismo conservador, enraizado nas tradições nacionais, e um capitalismo revolucionário que combateria encarniçadamente as tradições nacionais para alcançar a sua meta: abolir todos os obstáculos contra o império do dinheiro.

Procuro, então, em minhas conversas mostrar a realidade brasileira à luz da análise profética de Charles Maurras. Tenho dito aos meus amigos, e a todos que me pedem minha opinião, que nosso perigo não é apenas a eleição de um socialista estúpido que algemaria qualquer brasileiro empreendedor e condenaria toda a nossa sociedade a mais negra miséria, mas sobretudo a eleição de um  dos candidatos que se dizem liberais em economia e descomprometidos com a defesa dos valores morais da nação brasileira. E importa nomeá-los: Sr. Alckmin e Sr. Amoedo.

Importa, também, provar o que digo: A Sra. Elena Landau, até há pouco tempo, conceituada economista do PSDB, declarou sua preocupação com uma possível eleição do Sr. Jair Messias Bolsonaro. Por que essa preocupação senão porque a ilustre senhora, que se diz liberal em economia e costumes, cumpre perfeitamente o que disse Charles Maurras há mais de cem anos: os intelectuais se prostituiriam para a plutocracia que execra a tradição, a família e a religião porque quer levar a humanidade ao culto pagão do Bezerro de Ouro?

Digo também a todos meus amigos que hoje assistimos à organização de um poder político mundial anticristão, de modo que é absolutamente necessário que tenhamos um presidente da República a altura e  tenha a coragem de opor-se a essa conjuração anticristã mundial, a qual não se contenta mais com a laicidade do estado, mas quer que o estado seja abertamente ateu e a religiosidade seja confinada ao ambiente doméstico e mal tolerada.

Esforço-me, igualmente, por fazer compreender a todos que qualquer discurso democrático, qualquer apologia da democracia, não passa de um sofisma.

Com efeito, quem crê no indivíduo soberano, no indivíduo rei, quem crê no cidadão consciente e responsável pelos destinos da nação em uma sociedade completamente inorgânica, onde todas as instituições intermediárias foram dissolvidas ou açambarcadas pelo “Estado Democrático de Direito” ou é um idiota incurável ou age de má fé visando a interesses mesquinhos inconfessáveis.

Aqui também é necessário apresentar prova do que digo: a maior prova de que o Estado Democrático de Direito é um regime totalitário que estrangulou a instituição da família em todo o Ocidente ex-cristão é o que se viu há poucos meses no Reino Unido, com o assassínio do menino Alfie  Evans contra a vontade de seus pais.

No “Estado Democrático de Direito” não há sociedade organizada a partir da instituição da família, a partir dos grupos naturais; há apenas indivíduos aliciados pelas organizações criminosas, os partidos políticos, muitos dos quais comandados pelo narcotráfico ou pelas seitas que vivem da exploração da ignorância religiosa da população.

Em meio a este quadro apocalíptico da política nacional e internacional surge para nós brasileiros uma esperança, a eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência da República, a despeito de todos os senões que ele e seu candidato a vice-presidente possam ter.

O fato é que Bolsonaro assumiu um compromisso com os brasileiros de fazer respeitar os chamados princípios inegociáveis. Com ele na Presidência da República teremos a garantia de que o direito da família cristã educar os seus filhos segundo a Lei de Deus será respeitado. O “Estado Democrático de Direito”, ou melhor a democracia totalitária não invadirá arbitrariamente o santuário da família, como diz Leão XIII na Rerum Novarum, para, em nome dos princípios revolucionários da ONU, impor à nossas crianças a sórdida ideologia do gênero nem a masculinização das nossas mocinhas nem a efeminização dos nossos rapazes.

Com Bolsonaro na Presidência da República teremos a oportunidade de fazer também uma ampla reforma da universidade brasileira, acabando de vez com esse antro de corrupção ideológica que tem sido a universidade em nosso país, para criar verdadeiros institutos de investigação científica e de promoção da verdadeira educação intelectual do povo brasileiro.

Que Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil, nos alcance uma grande graça no dia 7 de outubro próximo quando a honraremos sob o título de Rainha da Vitória!

Anápolis, 30 de agosto de 2018.

Festa de Santa Rosa de Lima, Patrona secundária da América.