Frederico Ozanam, o poder da oração e do bom exemplo

Postado em 22-06-2021

Há um fato admirável na vida do bem-aventurado Frederico Ozanam que lança uma luz sobre um grave problema da atualidade. Eis o fato narrado pelo próprio beato fundador da benemérita Sociedade de São Vicente de Paulo:

“Aos dezoito anos oscilava entre a dúvida e a fé. Presa do desencorajamento e de penosas perplexidades, entrei um dia em uma igreja para pedir ao Senhor uma fé simples e sólida. Apenas entrei, avistei, em um ângulo da igreja, um homem que conhecia. Era Ampère, o grande físico, admirado universalmente, que estava recitando devotamente o santo Rosário. Recuperei forte e íntegra a minha fé. Confuso, ajoelhei-me perto de Ampère, humilhei-me, rezei devotamente, como havia tempo não tinha feito. Com o passar do tempo convenci-me sempre mais de que o Rosário de Ampère me fez mais bem que todos os livros que tinha lido e todos discursos que tinha ouvido.”

Hoje, infelizmente, há dois perigos que ameaçam a vida espiritual dos católicos: o intelectualismo e o falso misticismo carismático. Há católicos que devoram os livros de teologia e filosofia e descuram a vida de oração. Há, por outro lado, católicos que não só negligenciam a instrução religiosa (o catecismo que todos os católicos devem sempre estudar) mas também rezam mal, reduzindo sua vida espiritual a um sentimentalismo, a uma busca de dons extraordinários, de emoções etc, quando, na realidade, o que importa é rezar bem para obter as graças necessárias para cumprir fielmente os deveres de estado e glorificar a Deus no cumprimento da sua santíssima vontade.

Se tiver a instrução religiosa compatível com o seu estado, se rezar bem nas intenções indicadas acima, o católico edificará o seu próximo com o bom exemplo de uma vida reta e fará o verdadeiro apostolado.

Pe. João Ferraz

Anápolis, 22 de junho de 2021

Festa de São Paulino de Nola